Agrotóxico: o veneno produtor de doenças no Brasil
Roberta Traspadini

A campanha contra o agrotóxico e pela vida protagonizada pela Via Campesina e demais movimentos sociais articulados da cidade traz, para a sociedade brasileira, dois debates históricos centrais:
1) a produção e o consumo de venenos no Brasil;
2) o modelo de desenvolvimento econômico-social-político (inter)nacional e seu caráter estrutural de disseminação de doenças para a sociedade em geral, mas especialmente para a classe trabalhadora.
  1. Sobre a produção de alimentos:
Dados do IBGE relatam que a agricultura familiar e camponesa no Brasil soma quase 85% das propriedades agrícolas do país, ocupando, contraditoriamente, apenas 24% do espaço.
Em suas terras trabalham aproximadamente 12,5 milhões de pessoas o que corresponde a 74,5% do total dos trabalhadores do campo. Destas propriedades saem quase 70% dos alimentos consumidos pelas famílias brasileiras diariamente.
Mas, de forma cada vez mais intensa, a produção familiar-camponesa está subordinada e condicionada à lógica imperante do modelo agrário imperialista no território. Por um lado, esta produção se divide entre a matriz da agroindústria e a subordinação à matriz tecnológica da revolução verde, consumidora de insumos industriais.
Por outro lado, o agronegócio – aliança entre os grandes proprietários de terra, o capital financeiro e as empresas transnacionais - dita as regras no campo brasileiro, cujo objetivo é a produção de commodities para a exportação.
Com a venda de 1 bilhão de litros de veneno na última safra, as empresas estrangeiras se apropriam de cerca de 80% do lucro gerado pela produção de veneno, com destaque para a concentração do poder econômico da Syngenta, Bayer, Basf, Dupont, Monsanto, Shell Química.
  1. O modelo de desenvolvimento dependente
A característica marcante do capital imperialista no século XXI é sua capacidade de metamorfosear-se para ganhar, de forma extraordinária, em cada uma das áreas em que atua e com isto tentar, de maneira permanente, conter as crises que são inerentes ao seu modo de operar. Capital comercial, capital bancário, capital industrial, são algumas dessas faces do mesmo capital.
Além de vender veneno para o campo para a produção de alimentos para o povo brasileiro, o capital produtivo do veneno associa-se, como capital bancário, às regras legais do Estado que, em sua forma de financiar a agricultura familiar-camponesa, atrela o crédito a uma série de condicionantes centradas na compra destes bens.
O dinheiro emprestado na forma de crédito torna-se irmão siamês do capital por dois motivos: 1) o agronegócio não consegue produzir sem a injeção de R$ 107 bilhões por ano, para tirar R$ 150 bilhões da venda de mercadorias. 2) o principal objeto desta aliança de capitais é o de transformar tudo em mercadoria para obtenção de lucro, na forma de insumos industriais produzidos pelas empresas transnacionais, como o exemplo do veneno.
Isto não é diferente do que acontece com o capital industrial, que transforma praticamente todos os elementos da vida em valores de troca. Assim, saúde, terra, educação, trabalho, vão ganhando um destaque na compra e venda do comércio ditado pelo grande capital. E a propaganda de “naturalização” do modelo ganha corpo e evidência, ainda em meio às mais perversas situações vividas no cotidiano pelo povo brasileiro.
O aumento progressivo de doenças como o câncer em todas as faixas etárias, traz à luz um debate central manifesto na campanha contra o agrotóxico e pela vida que devem ser consideradas, tanto no debate quanto na (re)ação necessária à luta contra a vida envenenada.
  1. O câncer como uma doença “naturalizada”
Segundo A União Internacional Contra o Câncer, mais de 160 mil crianças no mundo são diagnosticadas com a doença a cada ano. 80% destas crianças vivem em países em desenvolvimento. Enquanto 3 entre 4 crianças têm chances de sobreviver após 5 anos de tratamento, estima-se que nos países em desenvolvimento, mais da metade das crianças têm probabilidade de morrer. Somente nos EUA a incidência anual é de 7 mil novos casos por ano.
No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INC), define esta doença como uma das primeiras causas de morte entre crianças e jovens de 0 a 19 anos, só perdendo para violências e crimes.
A estimativa do INC do total de pessoas com câncer no País foi de 490 mil casos. 237 mil homens, 253 mil mulheres afetados com a doença.
Deste grupo, existem de 12 a 13 mil crianças acometidas com câncer, fora os que têm a doença, mas não são diagnosticados e morrem.
Outro destaque importante do estudo é a diferença entre as regiões, a partir do grupo de idade e sua média em relação à nacional.
Observemos didaticamente:
Grupos de Idade
Media brasileira de óbitos (para cada 1 milhão)
Regiões acima da média brasileira na mortalidade
0 a 1 ano
39 mortes
CO (+55); NE (+40)
1 a 4 anos
45 mortes
S(+50);CO(+48); SE(+46)
5 a 9 anos
36 mortes
CO(+45);S(+40); SE(+39)
10 a 14 anos
33 mortes
CO e S(+39); SE(+37)
15 a 18 anos
45 mortes
S(+53);CO(+47); SE(+46)

  1. Josué de Castro e sua atualidade:
Em 1946, Josué de Castro, um médico comprometido com a vida e contrário ao veneno já defendia que a fome enquanto fenômeno social e histórico era um tabu rentável no Brasil e no mundo. Quase um século depois, vemos a complexidade do problema, pois, não só não dormem os que comem bem, com medo dos que não comem.
Parte expressiva dos que comem – mal -, não dorme porque suas enfermidades físicas, fruto do histórico processo de desenvolvimento econômico envenenado no campo e na cidade, trazem dores e consequências múltiplas para eles e para os que cuidam deles.
Enquanto isto, o Estado entrega ao capital a responsabilidade de cuidar da saúde de seu povo. É isto o que representa os 3,91% do orçamento destinado à saúde em 2010. Uma associação – via parceria público-privada - entre o Estado e o grande capital para tentar curar de forma mercantil, aquilo que ele foi sócio na produção (uso de veneno).
A campanha contra os agrotóxicos é um processo permanente de vinculação entre o campo e a cidade. Seu ponto de partida é o de relatar como se produz alimento que comemos enquanto trabalhadores brasileiros. Mas vai além e ganha, no processo pela vida e contra o veneno, a dimensão real de superação do que temos, a partir da construção do projeto popular para o Brasil que queremos.

I SEMINÁRIO REGGAE RS



I SEMINÁRIO REGGAE RS!! CONSTRUÇÃO DA ASSOCIAÇÃO CULTURAL REGGAE RS

O evento acontecerá dia 30 de abril de 2011, no Teatro Dante Barone, 1° piso da assembléia legislativa, Porto Alegre. O Seminário trará a público as intensões de pessoas envolvidas com a cultura Reggae no Rio Grande do Sul que visam criar uma associação cultural onde músicos, educadores, comunicadores, ativistas, apresciadores e todos que de alguma forma apoiam e disseminam esta cultura de paz, possam estar trabalhando e desenvolvendo projetos de uma forma soberana e sustentável. Quem Somos, De onde Viemos e para Onde Vamos serão as temáticas apresentadas a partir das 14h. Inscrições pelo site http://www.reggaers.com.br/ ou no local,  o ingresso é 1 kg de alimento não perecível ou agasalhos! Pela soberania dos povos, pela cultura de paz e pelo resgate da identidade cultural do nosso povo, o URRA é apoiador da Associação Reggae RS.

SUA PRESENÇA É A MAIOR FORÇA.
UNIDADE, CULTURA E PAZ

URRAmbiental


Mulheres falam sobre o "Plástico Verde"

Veja vídeo do Coletivo Catarse sobre o protesto das 1.000 mulheres trabalhadoras do campo e da cidade, ocuparam o pátio da empresa Braskem, do grupo Odebrecht, no Pólo Petroquímico de Triunfo, região metropolitana de Porto Alegre. 

A manifestação na Braskem denunciou que o plástico verde, produzido à base de cana-de-açúcar, é tão nocivo e poluidor quanto o plástico fabricado à base de petróleo.
A ação [do dia 1º de março] foi organizada pelas mulheres da Via Campesina, Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Levante da Juventude e Intersindical e integra a jornada nacional de lutas das mulheres.
O produto é propagandeado pela empresa e pelos governos como uma solução para os problemas ambientais. No entanto, as mulheres alertam que o plástico verde irá intensificar a proliferação do monocultivo, intensificar a transgenia, o uso de agrotóxicos e a concentração de terra.


Fonte: www.mst.org.br em 03 de março de 2011.

Manifestação em apoio aos ciclistas

No dia 1º de março, terça-feira, o movimento Massa Crítica e simpatizantes fizeram uma marcha saíndo do Largo Zumbi dos Palmares (bairro Cidade Baixa) até à prefeitura da cidade (bairro Centro) no início da noite. A manifestação, de 2 mil pessoas, tinha o intuito de dialogar com a população e órgãos públicos sobre o respeito no trânsito, pedindo um comportamento mais humano e justiça no caso do atropelamento do grupo de  ciclistas, ocorrido na semana passada. Além disso, a viabilização de ciclovias, sendo a bicileta uma real alternativa como meio de transporte saudável e não poluente, foi reivindicada.

No local em que ocorreu o atropelamento, os manifestantes deitaram-se no chão, representando a cena do acidente. Ao se levantarem pediram "Menos motor, mais amor"!. Durante toda a marcha, a EPTC (Empresa Pública de Transportes e Circulação) e a BM (Brigada Militar) estiveram à frente da manifestação. Enquanto isso, o funcionário de 47 anos do Banco Central que atropelou o grupo de ciclistas no último dia 25, responde por tentativa de homicídio e está preso em uma instituição psiquiátrica.

Fonte: texto adaptado do jornal Correio do Povo de 02 e 03 de março de 2011.

Motorista atropela, brutalmente, ciclistas em Porto Alegre

Vídeo do momento do atropelamento:



No início da noite da sexta-feira (25/fev), cerca de doze ciclistas foram atropelados quando faziam um passeio na região central de Porto Alegre. Três ciclistas foram encaminhados ao Hospital de Pronto Socorro, mas já foram liberados.
Como ocorre mensalmente, o grupo Massa Crítica, que promove a bicicleta como meio de transporte, iniciava seu passeio quando, na rua José do Patrocínio, no boêmio bairro Cidade Baixa, próximo ao centro da cidade, uma discussão teria ocorrido com o motorista.
De acordo com relato de ciclistas ouvidos pela reportagem, o condutor do automóvel teria acelerado contra algumas bicicletas. Depois do acidente, o motorista fugiu do local. O carro foi encontrado na madrugada de sábado, abandonado em no bairro Partenon da zona leste.
Participantes comentam sobre o momento do atropelamento:


FONTE: texto adaptado de 
http://br.noticias.yahoo.com/s/27022011/25/manchetes-motorista-atropelou-ciclistas-deve-se.html
Mais informações: massacriticapoa.wordpress.com

Sobre os Cinco Heróis Cubanos

Em setembro de 1998, Gerardo Hernández, René González, Antonio Guerrero, Ramón Labañino e Fernando González, foram encarcerados pos agentes do FBI no sul da Flórida. Esses reconhecidos "Cinco Heróis Cubanos" estavam lá para tentar impedir ataques terroristas contra Cuba. Na época, conseguiram evitar quase 200 ações de terrorismo, capitaneadas pela CIA e realizadas por grupos extremistas cubanos-estadunidenses radicados em Miami.  Até hoje esse caso não foi devidamente julgado, e os ataques contra a Ilha cubana permanecem. Por defenderem a soberania e a integridade de seu povo e de seu território, os "Cinco Heróis Cubanos" estão presos em diferentes partes dos Estados Unidos, sob elevadas penas, como por exemplo 2 (duas) prisões perpétuas para uma mesma pessoa. E também condições desumanas, como por exemplo, serem impedidos de receber visitas de seus familiares há 12 anos.






Busque informações!! Ajude a divulgar!!
Pela libertação dos Cinco!!
Pela justiça e soberania dos povos!! Venceremos!!!!

Natureza devora transgênico da Monsanto


O Amaranto Inca Kiwicha [Amaranthus palmeri] invade plantações de soja transgênica da Monsanto nos Estados Unidos como se estivesse numa cruzada para acabar com esta nefasta empresa agrícola e de passo dar uma mensagem ao mundo. Agricultores dos EUA tiveram que abandonar cinco mil hectares de soja GM e cinquenta mil estão seriamente ameaçados.

No que parece ser mais uma demonstração da sabedoria da natureza abrindo caminho, a espécie de amaranto inca conhecida como kiwicha se converteu em um pesadelo para a Monsanto. Curiosamente esta companhia conhecida por suas diabólicas (“Mondiabo”) práticas se refere a esta erva sagrada para os incas e os aztecas como uma erva maldita.
O fenômeno da expansão do amaranto em cultivos de mais de vinte estados ao largo dos Estados Unidos não é novo, mas merece ser resgatado, acaso celebrando a pericia e talvez até a inteligência desta planta guerreira que se opôs à gigante das sementes transgênicas. 

Desde 2004 um agricultor em Atlanta percebeu que brotes de amaranto resistiam ao poderoso herbicida Roundup baseado no glifosato e devorando campos de soja transgênica. O site da Monsanto recomenda aos agricultores misturar o glifosato com herbicidas como o 2,4-D que foi proibido na Escandinávia por estar correlacionado com o câncer.
É curioso que o New York Times que há mais de 20 anos escrevia que o amaranto podia ser o futuro do alimento no mundo, agora chama a esta planta uma “superweed” ou “pigweed” uma terminogia que faz uma concepção do amaranto como uma praga.
Segundo um grupo de cientistas britânicos do Centro para a Ecologia e a Hidrologia, foi produzida uma transferência de genes entre a planta modificada geneticamente e algumas ervas “indesejáveis” como o amaranto.

Este fato contradiz as afirmações dos defensores dos organismos modificados geneticamente (OMG): que assinalam que uma hibridação entre uma planta modificada geneticamente e uma planta não modificada é simplesmente “impossível”.
O amaranto aliás, possui mais proteínas que a soja e além disto contém vitaminas A e C. Enquanto nos Estados Unidos se preocupam em como eliminar esta resistente planta que supera a tecnologia da Monsanto: se reproduz em quase qualquer clima, não lhe afetando doenças nem insetos, pelo qual não precisa de produtos químicos. Acaso não seria melhor que escutassem esta mensagem da natureza e tentassem processar alimentos de amaranto?

Então esse boomerang, devolvido pela natureza da transnacional Monsanto, não só neutraliza esse predador, mas estabeleceu-se em seus domínios uma planta que poderia alimentar o mundo em caso de fome. Suporta a maioria de climas, regiões secas como as áreas de monção e as terras altas tropicais, e não tem problemas com insetos ou doenças, assim você nunca vai precisar de produtos químicos.

Casos como a satanização do amaranto nos faz pensar que a industria dos alimentos busca simplesmente manter a população no pior estado físico possível para que possa ser devorada por obscuras corporações e interesses políticos.

Fonte: http://diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=12103:natureza-devora-trangenicos-da-monsanto&catid=95:consumo-e-meio-natural&Itemid=109